terça-feira, março 31

Hora de votar

Na próxima rodada, a WPS terá os seguintes jogos:
Sábado
Saint Louis Athletica x Chicago Red Stars - 21h
Domingo
Sky Blue FC x Los Angeles Sol - 17h
FC Gold Pride x Boston Breakers - 19h (TV)

Enquanto o fim de semana não chega, resolvi dar alguma utilidade às ferramentas do blog. A enquete está localizada na barra à esquerda e pergunta qual time da WPS merecerá a simpatia de vocês. Por causa da Érika, cheguei a cogitar torcer para o Gold Pride (ninguém poderia me acusar de falta de originalidade). Mas a opção do clube por jogadoras veteranas me decepcionou um pouco. Após ver a boa atuação do trio Marta, Abily e Miyama, admito que estou inclinado a escolher o Los Angeles Sol. Mas não posso esquecer o Chicago Red Stars. Como desprezar um time que tem Lloyd, Tarpley, Rapinoe, Carney e Cristiane? E ainda por cima é a única equipe da liga que conta com um uniforme estiloso. Decisões, decisões...

domingo, março 29

E agora brilha o Sol

Los Angeles Sol e Washington Freedom proporcionaram uma bela estréia para a liga, ainda mais se levarmos em conta que os times são recém-formados e tiveram pouco tempo de treinamento. Conforme o entrosamento entre as jogadoras melhore, o nível técnico só tende a subir. No geral, o time da casa demonstrou mais qualidade que o visitante e mereceu levar os três pontos. Seu técnico surpreendeu ao escalar a meia-atacante Brittany Bock na zaga (atuação muito segura, aliás), deslocando Kendall Fletcher para a lateral direita. Com isso, acertei minha previsão: Johanna Frisk no banco. O placar foi aberto logo aos 6 minutos. Aya Miyama cobrou falta pela direita, Scurry saiu mal (cantei a pedra!) e a zagueira Allison Falk tocou de cabeça para o fundo da rede, assinalando o 1º gol na história da WPS. Abby Wambach teve a chance de empatar ao invadir a área pela direita, mas a canadense Karina LeBlanc fez grande intervenção. No 2º tempo, a equipe de Los Angeles teve dificuldades em manter a posse de bola e o Freedom não empatou por pouco, Lori Lindsey acertou a trave. Mas aos 42 minutos, Marta puxou um contra-ataque e rolou para a francesa Camille Abily encobrir Scurry com um belo toque e dar números finais ao jogo.
Cornetadas: a goleira LeBlanc demonstrou segurança nas saídas de gol; Aiya Myama joga fácil; Shannon Boxx não pode passar da linha divisória, como erra passes; Han Duan andou se enrolando no início, mas melhorou na 2ª etapa; Abily não tem medo de chutar a gol; Marta fez boas jogadas, mas ainda não está com a conhecida explosão; Sonia Bompastor não decepcionou, continua a apoiar bem pela esquerda; isolada no ataque, Wambach lutou muito e fez o possível.
LAS: Karina LeBlanc, Kendall Fletcher (Katie Larkin), Allison Falk, Brittany Bock, Stephanie Cox, Shannon Boxx, Aya Miyama, Camille Abily, Manya Makoski, Han Duan (Christie Welsh), Marta
WF: Briana Scurry, Cat Whitehill, Emily Janss, Alex Singer, Becky Sauerbrunn, Lori Lindsey (Jill Gilbeau), Sonia Bompastor, Allie Long, Homare Sawa, Abby Wambach, Claire Zimmeck (Lisa De Vanna)
Público: 14.832

sábado, março 28

Raio-X das equipes: Washington Freedom

Goleiras: Briana Scurry, Erin McLeod, Kati Jo Spisak *
Defesa: Cat Whitehill, Jill Gilbeau, Sonia Bompastor, Alex Singer, Becky Sauerbrunn, Christen Karniski *
Meio-campo: Lori Lindsey, Homare Sawa, Allie Long, Joanna Lohman, Emily Janss, Rebecca Moros, Jayme Leigh Cargnoni, Kristin DeDycker *, Madison Keller *
Ataque: Abby Wambach, Lisa De Vanna, Parrissa Eyorokon, Claire Zimmeck
Técnico: Jim Gabarra
* Jogadora em desenvolvimento


Admito que ainda estou em cima do muro a respeito das chances do Washington Freedom. O ataque soa promissor ao combinar a velocidade da australiana Lisa De Vanna com a presença de área da Abby Wambach. Pelo que me lembro da Copa do Mundo de 2003, a francesa Sonia Bompastor tinha uma presença bastante efetiva pelo lado esquerdo. Já o meio-campo, com exceção da japonesa Homare Sawa, não parece ser dos mais talentosos. E convenhamos, é uma temeridade escalar a Briana Scurry como titular do gol. Ela pode ser parte integrante da história do futebol norte-americano, mas seu tempo já passou (a Marta que o diga).
E na opinião de vocês, quais são as equipes favoritas ao título?

Raio-X das equipes: Sky Blue FC

Goleiras: Karen Bardsley, Cori Alexander, Jen Branam *
Defesa: Christie Rampone, Anita Asante, Jenny Hammond, Keeley Dowling, Christie Shaner, Julianne Sitch
Meio-campo: Yael Averbuch, Jen Buczkowski, Rosana, Collette McCallum, Kelly Parker, Meghan Schnur, Noelle Keselica *
Ataque: Natasha Kai, Heather O'Reilly, Sarah Walsh, Kacey White, Mele French *
Técnico: Ian Sawyers
* Jogadora em desenvolvimento

Peraí um pouquinho, o time fica na poluída Nova Jersey, terra do Tony Soprano, e atende pela alcunha de Sky Blue? Só pode ser ironia. Desabafo feito, vamos à minha análise rasteira. Ninguém pode dizer que o Sky Blue montou um elenco ruim, mas não acho que tenha força para levar o caneco. Falta alguém que desequilibre. A experiente Christie Rampone deve ancorar a defesa. A brasileira Rosana, pelo jeito, será utilizada como meio-campista. O que pode ser uma boa, já que ela nunca foi muito de marcar. Natasha Kai goza de bastante prestígio entre os torcedores americanos, mas eu só enxergo nela muita velocidade e inúmeras tatuagens. É possível que Heather O'Reilly atue como meia, com o ataque sendo formado por Kai e a australiana Sarah Walsh.

sexta-feira, março 27

Raio-X das equipes: Saint Louis Athletica

Goleiras: Hope Solo, Jillian Loyden, Erin Kane
Defesa: Sara Larsson, Kian McNeill, Nikki Cross, Sheree Gray, Elise Weber, Stephanie Logterman, Lydia Vandenbergh
Meio-campo: Lori Chalupny, Daniela Alves, Francielle, Amanda Cinalli, Lisa Stoia, Erin Walter, Angie Woznuk
Ataque: Kerri Hanks, Tina Ellertson, Melissa Tancredi, Eniola Aluko, Ashlee Pistorius
Técnico: Jorge Barcellos

Curto e grosso, não boto a menor fé no Saint Louis. Hope Solo, a melhor goleira da liga, terá que fazer milagres ao longo da temporada. A talentosa e versátil Lori Chalupny promete ser o destaque do time. Daniela Alves é eficiente na marcação e chuta bem de longa distância, mas precisa errar menos passes. Francielle é jogadora de lampejos. Desaparece do jogo e, de repente, acerta um passe em profundidade ou faz uma boa jogada individual. Tina Ellertson, que irá atuar como atacante, é mais conhecida por ter levado aquele drible desmoralizante da Marta na Copa do Mundo de 2007.

Raio-X das equipes: Los Angeles Sol

Goleiras: Karina LeBlanc, Val Henderson, Brittany Cameron *
Defesa: Allison Falk, Kendall Fletcher, Johanna Frisk, Stephanie Cox, Martina Franko
Meio-campo: Shannon Boxx, Greer Barnes, Camille Abily, Aya Miyama, Aly Wagner, Brittany Bock, Manya Makoski, Lisa Sari *, McCall Zerboni *
Ataque: Marta, Han Duan, Christie Welsh, Katie Larkin, Liz Bogus *
Técnico: Abner Rogers
* Jogadora em desenvolvimento

Sim, o Los Angeles Sol é candidato ao título. E não poderia ser diferente, afinal conta com a melhor jogadora do mundo. Aliás, o oba-oba em torno da Marta está impressionante, veremos se ela conseguirá corresponder à enorme expectativa depositada em seus ombros. Acredito que Allison Falk e Kendall Fletcher formem a zaga, com a sueca Johanna Frisk, melhor amiga da Marta, esquentando o banco. Pude vê-la defendendo o Umeå e me passou a impressão de ser uma jogadora lenta e de poucos recursos técnicos. Sei que o futebol da volante Shannon Boxx tem muitos admiradores, mas eu não sou um deles. Embora finalize bem de longa distância, é lenta, erra passes demais e costuma apelar para as faltas. Na criação, destaque para Aya Miyama, uma das responsáveis pelo toque de bola rápido e preciso do Japão, o melhor entre todas as seleções que estiveram em Pequim. Camille Abily foi eleita duas vezes a melhor jogadora do Campeonato Francês e vem cercada de muita expectativa. A conferir.

quinta-feira, março 26

Raio-X das equipes: FC Gold Pride

Goleiras: Nicole Barnhart, Allison Whitworth, Meagan McCray *
Defesa: Rachel Buehler, Carrie Dew, Érika, Marisa Abegg *, Lindsay Massengale *
Meio-campo: Leslie Osborne, Formiga, Tina DiMartino, Brandi Chastain, Adriane, Leigh Ann Robinson, Kimberly Yokers, Kristen Graczyk
Ataque: Christine Sinclair, Eriko Arakawa, Tiffeny Milbrett, Tiffany Weimer, Kandace Wilson
Técnico: Albertin Montoya
* Jogadora em desenvolvimento


Vou bancar o gato-mestre logo de cara, não acredito que o Gold Pride tenha chance de faturar o título. O técnico decidiu apostar nas veteranas Brandi Chastain (40) e Tiffeny Milbrett (36), um risco que poucos correriam. A zaga com Rachel Buehler e Carrie Dew promete ser sólida, enquanto Leslie Osborne e Formiga devem formar uma boa dupla de volantes. Mas acho que falta talento na parte ofensiva. Christine Sinclair é a versão canadense da Abby Wambach: faz o pivô, é trombadora e vai bem na bola alta. Já a japonesa Eriko Arakawa costuma se destacar mais pelo penteado exótico, conforme vocês podem atestar. Só vi a Adriane jogar pela seleção sub-20, mas me pareceu individualista demais para quem atua no meio-campo. Saiu-se bem quando caiu pela ponta direita e usou seu drible para criar jogadas de linha de fundo. Ao que parece, a Érika será aproveitada na defesa. Uma pena, pois, na minha opinião, ela é craque. Joga de cabeça erguida, tem boa visão de jogo e executa ótimos passes, deveria ser utilizada no ataque ou como meia ofensiva. Para encerrar, uma curiosidade: a assistente técnica do time é a Sissi, ex-jogadora da seleção brasileira.

Raio-X das equipes: Chicago Red Stars

Goleiras: Caroline Jonsson, Lydia Williams, Jaimel Johnson *
Defesa: Marian Dalmy, Ifeoma Dieke, Natalie Spilger, Bonnie Young, Nikki Krzysik, Sarah Wagenfuhr *, Michelle Wenino *, Mary Therese McDonnell *
Meio-campo: Lindsay Tarpley, Brittany Klein, Heather Garriock, Megan Rapinoe, Carli Lloyd, Chioma Igwe, Frida Ostberg
Ataque: Cristiane, Karen Carney, Ella Masar, Danesha Adams
Técnica: Emma Hayes
* Jogadora em desenvolvimento

No que depender de poder ofensivo, o Chicago Red Stars tem tudo para brigar pelo título. Lindsay Tarpley, Carli Lloyd, autora do gol na final de Pequim, e Megan Rapinoe, a segunda escolhida no draft universitário, integram um meio-campo que promete esbanjar talento e criatividade. No ataque, a expectativa é que a inglesa Karen Carney, jogadora de velocidade e que atua pelos flancos, forme uma perigosa dupla com a brasileira Cristiane. Após passagens apagadas pelo futebol alemão e sueco, espero que a Cristiane consiga repetir suas grandes atuações pela seleção. Com um enfoque tão grande no ataque, a dúvida é se o setor defensivo conseguirá garantir o sossego da experiente goleira sueca Caroline Jonsson. Exercendo a função de cão de guarda, estará sua compatriota Frida Ostberg, conhecida por não aliviar nas divididas.

Raio-X das equipes: Boston Breakers

Goleiras: Kristin Luckenbill, Allison Lipsher, Ashley Phillips *
Defesa: Heather Mitts, Alex Scott, Amy LePeilbet, Kasey Moore, Sue Weber, Nancy Augustyniak Goffi, Ariel Harris *
Meio-campo: Stacy Bishop, Candace Chapman, Angela Hucles, Kristine Lilly, Kelly Smith, Maggie Tomecka *
Ataque: Amy Rodriguez, Jennifer Nobis, Christine Latham, Fabiana, Kelly Schmedes, Abby Crumpton *
Técnico: Tony DiCicco
* Jogadora em desenvolvimento


Embora desconheça a maioria das jogadoras, decidi arriscar um palpite sobre as perspectivas de cada equipe que disputará a WPS. Lembrem-se, é só uma análise superficial. Comecemos pelo Boston Breakers, que no papel parece ser um dos principais candidatos ao título. As laterais estão bem servidas com Heather Mitts na direita e a inglesa Alex Scott na esquerda (embora no Arsenal ela jogasse pelo lado direito). Considero a veterana Kristine Lilly (37) uma incógnita, pois teve atuação discreta na Copa do Mundo de 2007 e ficou parada em 2008 em função de uma gravidez. Angela Hucles tentará provar que sua surpreendente performance em Pequim, quando marcou 4 gols, não foi obra do acaso. Confesso que pouco vi a inglesa Kelly Smith jogar, mas não deve ser à toa que é considerada uma das melhores do mundo. Veloz e habilidosa, Amy Rodriguez foi a primeira escolhida no draft universitário e é considerada a grande esperança do futebol norte-americano. Só tem um porém, finaliza mal a gol. A brasileira Fabiana está se recuperando de uma cirurgia no joelho, por isso não jogará no começo do campeonato.

quarta-feira, março 25

Na terra do Tio Sam

Encerrou-se ontem o prazo para que as sete equipes da WPS informassem seus elencos definitivos para a temporada 2009. Cada time poderá contar com 22 jogadoras, 18 integram o grupo principal e 4 são consideradas em desenvolvimento. As jogadoras em desenvolvimento substituirão as atletas que, porventura, desfalcarem o grupo principal por contusão ou convocação. E já que agora é oficial, segue a relação das brasileiras que atuarão na liga americana:

Adriane - FC Gold Pride
Cristiane - Chicago Red Stars
Daniela Alves - Saint Louis Athletica
Érika - FC Gold Pride
Fabiana - Boston Breakers
Formiga - FC Gold Pride
Francielle - Saint Louis Athletica
Marta - Los Angeles Sol
Rosana - Sky Blue FC

terça-feira, março 24

É grave a crise

Nestes tempos de incerteza econômica, muitos analistas colocam em dúvida a viabilidade da WPS. Apesar de toda a sua popularidade nos Estados Unidos, o futebol feminino é basicamente um esporte amador, praticado pela criançada e por jovens universitárias. A primeira tentativa de criar uma liga profissional no país, tirando proveito da popularidade de Mia Hamm, Julie Foudy, Brandi Chastain e companhia, terminou em fracasso com a falência da WUSA (2001-2003).
Para sobreviver aos tempos bicudos, a direção da WPS acena com salários mais modestos e estima que uma média de público de 5.000 será suficiente para que as contas não fiquem no vermelho. Sem condições de destinar verbas milionárias a ações de marketing, a liga utiliza redes sociais como Facebook, Twitter e MySpace como ferramentas de divulgação. Recentemente, para atrair a atenção da mídia, o astro do basquete Kobe Bryant, do Los Angeles Lakers, foi encarregado de apresentar a brasileira Marta durante uma conferência de imprensa realizada pelo Los Angeles Sol. Uma maneira de unir o útil ao agradável, pois ambas as equipes são ligadas à AEG, empresa que atua no ramo do entretenimento esportivo e musical, e Kobe, um notório fanático por futebol, já revelara sua admiração pela brasileira durante a Olimpíada de Pequim.
Mas, no final das contas, será a qualidade do espetáculo oferecido que determinará a sobrevivência ou não da WPS. Por isso, torço para que o talento das melhores jogadoras do mundo consiga se sobrepor ao jogo de correria e trombadas, tão característico do futebol norte-americano. Não dá para negar a eficiência do "kick and run" (os títulos mundiais e olímpicos ganhos pelos EUA estão aí de prova), mas o público se deixa cativar mesmo é pela plasticidade de um drible, de um passe em profundidade ou de uma tabela bem executada.

segunda-feira, março 23

A fórmula

A primeira temporada da WPS será disputada pelas seguintes equipes:


Em 2010, o número de times disputando a Liga poderá aumentar para dez (Atlanta é uma das cidades que devem sediar as novas franquias, Filadélfia já foi confirmada).
O jogo inaugural do campeonato acontecerá no dia 29 de março, quando o Los Angeles Sol da Marta recebe o Washington Freedom da Abby Wambach. Na fase de classificação, que termina em 9 de agosto, as sete equipes jogarão entre si várias vezes, perfazendo um total de vinte partidas para cada uma. O time que terminar em primeiro lugar avança direto para a final, que será realizada no dia 22 de agosto. O terceiro colocado enfrenta o quarto colocado pelo direito de jogar contra o segundo colocado, com o vencedor desta partida garantindo a outra vaga na decisão.

domingo, março 22

Pontapé inicial

Tendo em vista a pobreza que caracteriza a nossa imprensa esportiva quando o tema é futebol feminino, achei por bem criar este blog, que tem a pretensão de acompanhar tudo o que gira em torno da WPS, a nova Liga de Futebol Feminino dos Estados Unidos. Os que tiverem interesse por este campeonato específico, poderão encontrar aqui um paliativo para a escassez de notícias.
Comecei a acompanhar o futebol feminino em meados da década de 90, graças à decisão do Luciano do Valle de abrir espaço na programação da Bandeirantes para os jogos do Campeonato Paulista Feminino. Lembro que ele, inclusive, cometeu a loucura de transmitir "in loco" a Copa do Mundo de 1995, realizada na Suécia (por isso, merece ser reconhecido como um dos maiores incentivadores da modalidade no país).
Quem acompanhou os jogos daquela época sabe que o futebol feminino em geral, e especialmente no Brasil, evoluiu de maneira absurda nos aspectos técnico e tático. Antes, quando enfrentava equipes como Alemanha, Noruega, Suécia e Estados Unidos, a seleção brasileira mal conseguia ultrapassar a linha divisória do gramado, era sufoco o tempo inteiro. Hoje em dia, mesmo sem a preparação ideal, encaramos qualquer adversário de igual para igual.
Os detratores do futebol feminino gostam de dizer que a qualidade técnica é inferior ao do jogo masculino e que as mulheres jamais conseguiriam enfrentar os homens numa partida. É verdade. Mas o mesmo pode ser dito a respeito de todos os outros esportes, no entanto, eles não costumam ser vítimas desse argumento simplório. Ou será que no vôlei as mulheres saltam tão alto e atacam tão forte quanto os homens? O basquete feminino, que nos deu um título mundial com Paula e Hortência (bons tempos), merece ser desprezado por não contar com enterradas e pontes aéreas? E por acaso as mulheres alcançam as mesmas marcas que os homens no atletismo e na natação? Em suma, acredito que o futebol feminino deve ser avaliado por sua capacidade (ou incapacidade, depende do gosto do freguês) de entreter o público; só não vale utilizar o masculino como parâmetro e exigir uma cópia exata. Eu, particularmente, gosto do ritmo mais lento e do espírito amador que vai de encontro ao enfado profissional dos milionários do futebol.