terça-feira, março 24

É grave a crise

Nestes tempos de incerteza econômica, muitos analistas colocam em dúvida a viabilidade da WPS. Apesar de toda a sua popularidade nos Estados Unidos, o futebol feminino é basicamente um esporte amador, praticado pela criançada e por jovens universitárias. A primeira tentativa de criar uma liga profissional no país, tirando proveito da popularidade de Mia Hamm, Julie Foudy, Brandi Chastain e companhia, terminou em fracasso com a falência da WUSA (2001-2003).
Para sobreviver aos tempos bicudos, a direção da WPS acena com salários mais modestos e estima que uma média de público de 5.000 será suficiente para que as contas não fiquem no vermelho. Sem condições de destinar verbas milionárias a ações de marketing, a liga utiliza redes sociais como Facebook, Twitter e MySpace como ferramentas de divulgação. Recentemente, para atrair a atenção da mídia, o astro do basquete Kobe Bryant, do Los Angeles Lakers, foi encarregado de apresentar a brasileira Marta durante uma conferência de imprensa realizada pelo Los Angeles Sol. Uma maneira de unir o útil ao agradável, pois ambas as equipes são ligadas à AEG, empresa que atua no ramo do entretenimento esportivo e musical, e Kobe, um notório fanático por futebol, já revelara sua admiração pela brasileira durante a Olimpíada de Pequim.
Mas, no final das contas, será a qualidade do espetáculo oferecido que determinará a sobrevivência ou não da WPS. Por isso, torço para que o talento das melhores jogadoras do mundo consiga se sobrepor ao jogo de correria e trombadas, tão característico do futebol norte-americano. Não dá para negar a eficiência do "kick and run" (os títulos mundiais e olímpicos ganhos pelos EUA estão aí de prova), mas o público se deixa cativar mesmo é pela plasticidade de um drible, de um passe em profundidade ou de uma tabela bem executada.

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